Linfonodos, também conhecidos como ínguas, são responsáveis pela defesa do nosso organismo. Existem muitos linfonodos na nossa axila e eles agem como “bueiros” da mama: o que é drenado dos seios, passa primeiro por eles antes de ir para o resto do corpo, em uma cadeia, como se fosse um colar de contas. Por isso, as metástases de câncer de mama, na maioria das vezes, atingem primeiro a axila antes de ir para outros lugares.
O LINFONODO SENTINELA é o primeiro linfonodo desse “colar de contas” e, consequentemente, é o primeiro lugar que PODE receber células cancerígenas. Por isso, durante a cirurgia para tratamento do câncer de mama, além da cirurgia da mama é também realizada uma avaliação na região axilar para identificar e analisar o linfonodo sentinela.
Nós “simulamos” o caminho que a célula cancerígena faria pela via linfática, injetando uma substância na mama. Ela será drenada para axila e irá “nos mostrar” qual é o linfonodo sentinela. Ele é retirado (pelo mesmo corte da mama ou por um pequeno corte na axila) para ser avaliado pelo médico patologista e confirmar se existem ou não células cancerígenas. Dessa forma, temos mais informações sobre o estadiamento e possibilidade de metástase, o que nos auxilia a guiar o melhor plano de tratamento.
Em tumores muito grandes, as chances das células cancerígenas já terem migrado para axila são maiores. Em alguns casos, muitos linfonodos dessa cadeia podem estar acometidos.
O esvaziamento axilar (ou linfadenectomia axilar) seria a retirada de pelo menos 2 níveis dos linfonodos axilares, ou cerca de 10-20 linfonodos. É uma cirurgia mais extensa que a biópsia do linfonodo sentinela, e requer mais cautela com as estruturas localizadas na região, como nervos, veias e artérias. Além disso, apresenta maior risco de complicações a curto e longo prazo, como seroma, hematoma, dor crônica, limitação de movimentos dos braços e linfedema (inchaço do braço).
Por esses motivos, atualmente, as indicações de esvaziamento axilar têm sido mais restritas: sendo indicado em doenças mais avançadas e com axila clinicamente positiva antes da cirurgia.
Dra. Thamyse Dassie
Kommentit