A ANVISA aprovou, semana passada (23/05/2022), o uso do pembrolizumabe no tratamento neoadjuvante do câncer de mama triplo negativo. No início do mês, a mesma medicação já havia sido aprovada no tratamento do câncer de mama triplo negativo metastático PDL-1 positivo.
Vamos entender melhor o que é essa medicação?
Dentre os tipos de câncer de mama, o triplo negativo é o que provoca uma maior resposta no nosso sistema imunológico. Mas, as células cancerígenas têm um mecanismo de “evitar” as células do nosso sistema imune - é como se o tumor “driblasse” o ataque que o nosso sistema de defesa faz, mantendo, assim, sua multiplicação.
O pembrolizumabe (nome comercial: KEYTRUDA) é uma imunoterapia: é um anticorpo muito seletivo, e direcionado ao PD-1, a via de morte programada 1 (PD-1). Ele funciona aumentando a capacidade do sistema imunológico em detectar e combater as células tumorais.
A aprovação da nova indicação do medicamento KEYTRUDA® (pembrolizumabe) é baseada nos resultados do estudo clínico de fase 3 KEYNOTE 522 para avaliar pembrolizumabe associado a quimioterapia em comparação com placebo e quimioterapia (tratamento clássico) como terapia neoadjuvante no câncer de mama triplo negativo. *Lembrando que terapia neoadjuvante é aquela feita antes da cirurgia.
Um total de 1174 pacientes foram avaliadas: 784 pacientes com uso de KEYTRUDA® e 390 pacientes com uso de placebo. O estudo demonstrou uma melhora estatisticamente significativa na redução completa do tumor (resposta patológica completa - observada na cirurgia) e sobrevida livre de eventos no grupo de mulheres que utilizou o KEYTRUDA associado a quimioterapia.
O câncer de mama triplo negativo (TNBC) representa 15% do casos e é um subtipo que não expressa os receptores hormonais e a proteína Her2 - o que até então, limitava o tratamento. Portanto, novos tratamentos para esta doença são muito bem-vindos.
Post colaborativo: Dra. Thamyse e Dra. Priscila Morosini
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