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  • Foto do escritorDra. Thamyse Dassie

Seria o fim da cirurgia no tratamento do câncer de mama?


Quimioterapia neoadjuvante é aquela que é feita antes da cirurgia. Alguns tumores podem ter uma excelente resposta a quimioterapia e inclusive “desaparecer” - é o que chamamos de resposta completa. Ela é mais comum com tumores triplo negativo e Her2 positivo.

Mas, mesmo que o tumor reduza e não seja mais visto nos exames, a cirurgia será necessária para reduzir o risco de recidiva e confirmar que o tumor realmente “sumiu" (com a análise anatomopatológica do material que é retirado).

Alguns estudos têm tentando identificar quais são os casos em que, futuramente, poderemos “abrir mão” da cirurgia. Um estudo braço único, realizado nos Estados Unidos e publicado há 1 semana no The Lancet, avaliou o risco de recidiva com a omissão da cirurgia em mulheres com câncer de mama em estágio inicial com boa resposta ao tratamento neoadjuvante.

Foram mulheres com mais de 40 anos, com tumor único, menor de 5cm, triplo negativo ou HER2-positivo, que realizaram quimioterapia neoadjuvante e apresentaram boa resposta e, após o tratamento, tinham lesão residual menor que 2 cm nos exames de imagem. Elas foram submetidas a uma biópsia da área tumoral e caso não fosse identificada doença nesse material, a cirurgia era omitida e realizada apenas radioterapia da mama.

Entre março de 2017 e novembro de 2021, 50 mulheres concordaram em participar do estudo. A biópsia da área tumoral não identificou doença em 31 pacientes. Essas 31 mulheres, que já haviam realizado quimioterapia, não foram submetidas a cirurgia, mas realizaram radioterapia. Em um acompanhamento médio de 26,4 meses, nenhuma delas teve recorrência.

Importante destacar que esse é um estudo inicial, não randomizado, com seguimento ainda curto e com número muito pequeno de mulheres. Além disso, sabemos atualmente, que a informação anatomopatológica do material cirúrgico é importante para definição do tratamento adjuvante adicional. São dados promissores, mas ainda necessitamos de mais estudos para entender em quais situações poderemos omitir a cirurgia com segurança. Até o momento, a cirurgia é parte fundamental do tratamento do câncer de mama não metastático.



Post colaborativo: Dra. Thamyse Dassie & Dra. Priscila Morosini





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